Um monte de cobre e prata, Dói.
Hoje é daqueles dias que a vontade de terminar tudo é constante. Questiono-me se não serei bipolar, ou com algum transtorno mental. Sou estranha!
Desde sempre, em momento mais confusos e de certa forma desesperantes da minha vida, tenho um pensamento secreto em terminar esta minha estranha passagem terrestre.
Calma! Não o pretendo fazer de verdade. É um pensamento, apesar de os pensamentos serem bases para vontades.
Sei lá, gosto de esmiuçar a possibilidade desse evento e evoluir a partir daí. Disse ser estranha!
Talvez a morte não seja um tabu para mim e isso choque o comum. E repito, não pretendo fazer isso.
A minha alma dói (só pode ser na alma).
O meu coração gelou há demasiado tempo que não sei se o sinto mais. Gosto de amar e da intensidade do amor. Amar só porque sim, levianamente, livre e descoberto. Amar, com cor e dor, na sua essência de Ser.
A minha alma dói! Não me tomes por ingrata, injusta ou mimada. Tenho uma vida boa e sempre fiz por isso! Não tenho as preocupações de milhões de pessoas com contas, e filhos e… Não.
Todos os dias trabalho para um único objetivo: "independência", (seja física, mental ou espiritual!).
E sou muito orgulhosa dos meus feitos e percurso de vida! Não me arrependo, pois, fiz o melhor sabia na altura! Certo ou errado, não vou agora julgar-me, quero só aprender e melhorar dia após dia.
Mas minha alma dói. Dói muito. Daquelas que me matam no silêncio, e atiram-me em soluções no chão. De deixam o rosto desfigurado, rouca e de maxilar dorido.
É a aceitação da solidão. Não me conformo. Não pode ser esta vida, tão redutora. A minha alma dói e eu sinto-me perdida, sem rumo, sem fundo na solidão.
Faz de conta que sou bipolar!
Vejo a encosta pela janela, parece uma bancada empilhada de travessas a espelhar de Cobre e/ou Prata enquanto secam, pelas vésperas da Páscoa.
Apesar das nuvens, o sol brilha e reflete-se nos telhados ainda cobertos de orvalho. Faz-me sorrir. Tudo reluz e brilha entre os verdes da montanha! Agarro-me a isto! A este momento com notas de eucalipto, pinheiro e terra molhada, num fundo de diamantes numa vitrine de shopping.
E num instante, disfarço a dor que me corrói, lentamente, neste local.
Já que retoquei a máscara, vou levar-me a almoçar. (;(
Comentários
Enviar um comentário